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O primeiro levantamento feito nos documentos de uma das contas no exterior do publicitário Duda Mendonça aponta uma diferença de cerca de US$ 300 mil entre os depósitos e o valor indicado por ele em depoimento, segundo o deputado Maurício Rands (PT-PE), sub-relator da comissão. Duda havia declarado que recebeu R$ 10,5 milhões de caixa dois do PT - dinheiro que foi depositado na conta Dusseldorf, nas Bahamas.Os parlamentares da CPI descobriram que o publicitário também teria mentido sobre o motivo que o levou a abrir a conta no exterior. No depoimento, ele havia dito que a conta foi aberta em março a pedido do empresário Marcos Valério de Souza, apontado como operador do mensalão. Mas, segundo a CPI, a data da abertura da conta é de fevereiro de 2003, antes, portanto, do indicado à comissão.
No total, a CPI analisa oito bancos e 15 contas diferentes, que supostamente teriam abastecido a conta Dusseldorf, como indicou Duda em seu depoimento. Os documentos ocupam oito caixas e tratam de cerca de 15 mil transações bancárias. Os dados encontram-se guardados no Ministério da Justiça e são vigiados 24 horas por dia.
Segundo o relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), os membros da CPI dos Correios já têm condições de apontar várias discrepâncias entre as afirmações feitas por Duda Mendonça e o que está sendo apurado.
Serraglio afirmou que na sexta-feira da próxima semana deve ser apresentado um relatório sobre a análise completa dos documentos. Ele disse que a CPI tem autorização das autoridades americanas para citar o que for necessário no relatório final.
"Citaremos contas que têm relação com o que a CPI está investigando. Tudo o que disser respeito a Duda será divulgado", confirmou o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), sub-relator adjunto da comissão.
Eduardo Paes também afirmou que o avanço da comissão nesta quinta-feira confirma a suspeita já existente de que Duda estava mentindo. Os parlamentares presentes na reunião confirmaram que será necessário um novo depoimento do publicitário e que agora a ida dele à CPI será mais produtiva. "Agora, com esses novos dados, essas mentiras serão mais difíceis de serem contadas", disse Paes. O novo depoimento foi pré-agendado para o dia 15 de março.
Os parlamentares da CPI voltaram a afirmar que acreditam que haverá tempo para concluir os trabalhos sem necessidade de prorrogação, pois eles estão sendo auxiliados pelo Ministério Público, pela Polícia Federal e pelo departamento de Recuperação de Ativos do Ministério da Justiça, onde estão guardados os documentos.
Participaram da reunião, além de Serraglio e Eduardo Paes, o deputado Maurício Rands, a secretária Nacional de Justiça, Cláudia Chagas, e o diretor do Departamento de Recuperação de Ativos, Antenor Madruga. O presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), não esteve presente.
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