Relator recomenda cassação de João Paulo Cunha

 

Politica - 08/03/2006 - 22:52:58

 

Relator recomenda cassação de João Paulo Cunha

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS) recomendou hoje a cassação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) por quebra de decoro parlamentar. Antes da leitura do parecer, João Paulo discursou no Conselho de Ética da Câmara e pediu a absolvição no processo disciplinar.A votação do relatório foi suspensa devido a um pedido de vista da deputada Ângela Guadagnin (PT-SP). A deputada afirma que precisa analisar com mais calma o relatório para poder votá-lo. A próxima sessão foi marcada pelo presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), para quinta-feira, às 9h30. Para João Paulo, a imprensa já o condenou mesmo antes do processo chegar ao fim. "Nas guerras, dizem que a primeira vítima é a verdade. Por isso, meu silêncio, que me conforta há algum tempo", desabafou. "Não é fácil. Mas não por causa do mandato, mas pela minha honra. É uma cicatriz exposta que vou levar para o resto da vida". João Paulo foi citado no relatório preliminar conjunto das comissões parlamentares mistas de inquérito dos Correios e do Mensalão (já encerrada) como beneficiário de recursos repassados pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. O publicitário mineiro é apontado como um dos operadores do suposto esquema de compra de votos de parlamentares da base aliada. Os jornalistas tiveram acesso ao relatório elaborado por Schirmer, antes dele concluir a leitura no Conselho de Ética no início desta tarde. O relatório de Schirmer foi um dos mais longos apresentados no Conselho de Ética. O documento possuía 68 páginas e a sua leitura levou mais de duas horas. João Paulo é acusado de quebra de decoro parlamentar por ter sido beneficiário de um saque de R$ 50 mil da conta de uma das empresas de Valério. Segundo o petista, o dinheiro foi repassado a pedido do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, para pagamento das pesquisas de opinião em Osasco, região metropolitana de São Paulo. Segundo o relatório, Schirmer cita ainda como pontos para amparar sua decisão, o fato de a agência de Valério ter sido paga pelos cofres públicos para fazer a campanha de João Paulo à presidência da Câmara quando ele era um candidato sem concorrentes. Schirmer também aponta o episódio em que Valério presenteou Silvana Paz (assessora direta de João Paulo) com uma viagem de três dias para ela e sua filha ao Rio de Janeiro. Segundo o relator, o presidente da Câmara na época soube e nada fez. Em defesa do petista, o advogado Alberto Toron, afirma que João Paulo não tem absolutamente nada a esconder. "Ele respondeu a tudo e a todos e tem como testemunha de sua inocência todo o colégio de deputados". O adgovado diz ainda que o saque de R$ 50 mil não foi declarado porque João Paulo não era do Diretório do PT, portanto não tinha obrigação de declarar o valor recebido.

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