O blog da revista Época revelou nesta sexta-feira que o caseiro Francenildo dos Santos Costa recebeu um total de R$ 38.860 em depósitos em sua conta corrente. Nildo, como é conhecido, acusa o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de freqüentar a mansão onde ex-assessores se reuniam para festas animadas por acompanhantes.Vários extratos obtidos pela revista mostram depósitos na conta número 1048-8, agência do Lago Sul (perto da casa onde Nildo mora e trabalha). O caseiro ganhou fama ao desmentir Palocci e ser convocado a depor pela CPI dos Bingos. O depoimento acabou suspenso depois que Tião Vianna, senador do PT, conseguiu uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF).
Depósitos e retiradas
No começo do ano, a conta do caseiro tinha exatos R$ 24,76 de saldo. Em 6 de janeiro houve um depósito de R$ 10.000,00. Três dias depois, um saque com cartão eletrônico retirou R$ 2.500,00 da conta. Nos dias seguintes, outras retiradas de menor valor foram efetuadas. Em 6 de fevereiro, mais um depósito: R$ 9.990,00.
Até o dia 15 de fevereiro, quando foi realizado um novo saque com cartão, desta vez de R$ 15.000,00, não houve movimentação. Um dia depois, outro depósito: R$ 10.000,00, mais uma vez em dinheiro vivo.
No mês seguinte, dois depósitos foram efetuados, um de R$ 3.870, no dia 3 de março, e outro de R$ 5.000, no dia 6. Nesta quinta-feira, dia do depoimento de Francenildo, o extrato da conta imprimia exatos R$ 19.662,35.
Dinheiro teria vindo do pai
A reportagem de Época entrou em contato com o advogado de Nildo, Wlício Chaveiro Nascimento, que se surpreendeu com a notícia. "Não sabia que ele tinha dinheiro. Estou defendendo ele de graça", assegurou. Poucos minutos depois, o advogado voltou a conversar com os repórteres. Disse que Francenildo confirmou os depósitos, que teriam vindo de seu pai.
"Ele é filho bastardo do empresário Euripedes Soares da Silva, dono de uma empresa de ônibus em Teresina. O pai mandou este dinheiro em segredo, porque a família não sabe que ele ajuda o Francenildo", disse o advogado. Segundo o caseiro, o pai mandou R$ 25 mil - quantia inferior ao total de depósitos.
O saque de R$ 15 mil teria sido para comprar um carro. "Ele desistiu de comprar o veículo e depositou de novo boa parte do dinheiro, cerca de R$ 13 mil". Procurado por Época, o empresário Euripedes Soares confirmou que foi o autor dos depósitos, mas negou que seja pai do rapaz.
"O sobrenome dele é muito diferente do meu para eu ser pai dele", disse. Soares deve explicar o motivo do depósito somente "depois de falar com um advogado".
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