MLST queria invadir o Palácio do Planalto

 

Politica - 12/06/2006 - 11:05:33

 

MLST queria invadir o Palácio do Planalto

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

O militante do MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra) Arildo Joel da Silva disse em depoimento à Polícia Legislativa que o alvo do grupo que invadiu a Câmara dos Deputados, na última terça, era na verdade o Palácio do Planalto. Ao prestar as informações, no último dia 7, Silva disse que foi enganado pelos líderes do movimento, "que inicialmente disseram que iriam ao Palácio do Planalto, mas conduziram todos para a Câmara", conforme relata neste sábado o jornal Folha de S. Paulo.O objetivo da pressão seria, segundo Silva, forçar o governo federal a reconhecer o movimento e liberar terras para assentamentos. No depoimento, o integrante do MLST disse que a decisão de seguir para Brasília foi tomada em reuniões do movimento no final de maio. Quanto ao acerto para invadir o Planalto, teria sido feito na própria capital federal, na manhã de 6 de junho, dia da invasão e da depredação da Câmara. Invasão não foi planejada Também ouvido pela Polícia Legislativa, o líder do MLST Bruno Maranhão afirmou que a suposta visita ao Planalto não foi planejada e que o encontro seria no Salão Verde da Câmara. Maranhão reafirmou no depoimento "que a coordenação do MLST sempre orienta os seus membros para que toda a manifestação seja ordeira e pacífica" e que o acontecido "não foi planejado anteriormente". Silva e Maranhão estão entre os 42 militantes do MLST mantidos presos na penitenciária da Papuda sob a acusação, apresentada pela PF e referendada pelo Ministério Público, de prática dos crimes de lesão corporal grave, dano ao patrimônio público, formação de quadrilha e corrupção de menores. Somadas, as penas podem chegar a 15 anos de prisão. Os outros militantes presos em flagrante pela Polícia Legislativa na última terça-feira foram libertados nesta madrugada, por ordem judicial. Investigações A Polícia Federal vai investigar se o MLST usou recursos públicos para financiar a manifestação que terminou com a invasão e depredação da Câmara. A Associação Nacional de Apoio à Reforma Agrária (Anara), entidade fundada e comandada por líderes do MLST, recebeu nos últimos sete anos R$ 5,7 milhões do governo federal, sendo a grande maioria (R$ 5,6 milhões) na gestão do presidente Lula. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) pediu ontem ao Tribunal de Contas da União (TCU) que faça auditorias nos convênios do governo com a Anara. Segundo ele, a entidade foi criada pelo MLST para receber recursos públicos. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Dias citou principalmente problemas nos repasses de R$ 3 milhões para "reestruturação sócio, cultural e econômica de assentamentos beneficiados". Segundo o jornal O Globo, a Polícia Federal vai iniciar a investigação analisando papéis apreendidos pela Polícia Legislativa com o líder do movimento, Bruno Maranhão, registrando a contabilidade do ato que culminou na invasão da Câmara. No alto de uma das páginas, que traz os gastos de cada grupo que se deslocou de nove estados, está a inscrição: ¿04/06/2006 (data da manifestação), BSB/MLST, União financia¿. De acordo com o material, o protesto custou R$ 82.790. Se forem encontrados indícios mais fortes do uso de dinheiro público, poderá abrir inquérito e convocar testemunhas a depor. Os recursos repassados pela União à Anara têm origem em quatro convênios firmados entre o governo federal e a associação. Em três deles, Maranhão figura como responsável. No outro, quem está a frente é Edmilson de Oliveira Lima, outro integrante do MLST, também preso após a invasão da Câmara. As informações constam do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).

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