O debate entre os candidatos ao governo de São Paulo promovido pela Rede Bandeirantes nesta segunda-feira foi marcado pela ausência do candidato José Serra (PSDB) líder das pesquisas de intenção de voto. A falta do candidato foi o tema preferido entre os seis participantes. Outro tema recorrente foi o governo do presidente Lula e a sua campanha à reeleição.
Um dos que mais insistiu na lembrança da ausência de Serra foi Aloizio Mercadante (PT). "Ele (Serra) não veio aqui porque não tem como explicar os 12 anos do governo do PSDB em SP e os oito anos do governo FHC", disse. Mercadante, por sua vez, teve de responder várias vezes pelo governo federal.
As pouco mais de duas horas de debate transcorreram em clima morno, com os candidatos concordando em praticamente tudo. O único que tentou apimentar a discussão foi Plínio de Arruda Sampaio (Psol). Ele ironizou os demais candidatos, pelo clima amistoso. "A pergunta é: com que dinheiro vocês pretendem executar os seus planos?"
"PT em PSDB tem apenas diferenças adjetivas", disse. "Sem crescimento não tem receita", afirmou Sampaio, insinuando que os dois partidos não têm comprometimento em estimular a economia para resultados mais expressivos.
Plínio ainda provocou o seu ex-partido, o PT, ao perguntar a Carlos Apolinário (PDT) o que ele achava da ausência de Lula do debate presidencial da semana passada. "A Heloísa Helena está doente para participar de um debate com o Lula", disse Sampaio.
O candidato do PDT preferiu não entrar na questão. "Eu quero pegar o Serra. Falar sobre saúde e educação", disse.
Apolinário, inclusive, usou o tempo destinado à sua primeira resposta - que tratava de segurança e educação - apenas para criticar a postura do tucano em não comparecer. "Enquanto nós estamos aqui, Serra está lá no sofá da casa dele. Ele pensa que já está eleito, mas ainda há muitos eleitores sem candidato", disse.
"Serra diz que é mágico, que, em um ano e três meses, solucionou todos os problemas do Estado, sendo que acredito que, em menos de três anos, já desistirá para concorrer a à presidência", afirmou o pedetista.
Orestes Quércia, candidato do PMDB, usou o seu tempo no debate para falar de suas realizações quando foi governador do Estado (1997-1991). O ex-governador disse que se eleito vai rever os contratos das concessionárias que administram as rodovias paulistas.
"Se eleito vamos rever os contratos das concessionárias", disse. Carlos Apolinário foi além, ao dizer que o preço dos pedágios em São Paulo é extorsivo. "Ganhar dinheiro é normal, mas não se pode roubar o povo", disse.
O candidato do PSB, Mauro Guide, disse que pretende acabar com a "progressão continuada" na educação paulista. O método avalia o estudante em ciclos de ensino, sem a reprovação anual em caso de fraco desempenho.
"O que acontece hoje no Estado é a ignorância continuada". De acordo com o candidato, muitos alunos encerram o primeiro ciclo, de quatro anos, sem saber ler ou escrever.
O candidato do PV, Cláudio Mauro, afirmou que duas de suas prioridades serão a qualidade do ar e da água no Estado.
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