Em mais uma tentativa de se defender de novas acusações, o presidente do Senado, Renan Calheiros, enviou uma carta nesta segunda-feira a todos os senadores. Nela, o presidente ataca a revista Veja, que divulgou no final de semana denúncias de que o senador utilizaria "laranjas" para comprar rádios em Alagoas, e disse que nada deve. Ao final da carta, Calheiros mostra disposição em permanecer no cargo dizendo que não irá decepcionar os parlamentares.
"Da minha parte, asseguro à vossa excelência que tanto no plano ético, quanto no plano moral, nada devo. Não irei decepcioná-los", afirma o senador na carta. Calheiros acusa ainda a revista de não ter limites éticos e de não usar critérios jornalísticos. "Como é notório, uma revista semanal, sem limites éticos e qualquer critério jornalístico, travestida de tribunal político, vem difundindo inverdades, tentando desonrar, o mandato que foi legitimamente outorgado pelo povo de Alagoas e dificultar a minha permanência na direção da Casa", escreveu Renan aos senadores.
"A derradeira frustração foi tentar me envolver numa negociação da Schincariol em Alagoas. Quando algo ficou claro que nada tenho a ver com a empresa vendida, dessa vez, além da capa, a revista reservou generosas páginas para destilar vilanias. E, mais uma vez, mentiu", continuou Calheiros.
A reportagem tentou entrar em contato com a assessoria da revista Veja, para comentar as críticas do senador, mas ninguém foi encontrado.
Durante a tarde da segunda-feira, líderes da oposição usaram a tribuna para pedir o afastamento do presidente do Senado. Eles ameaçam ainda obstruir as votações na Casa enquanto Calheiros permanecer no cargo. Democratas e tucanos têm reunião marcada para amanhã com objetivos de estudar as possibilidades de apresentar uma nova representação contra Calheiros.
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