Os líderes partidários decidiram hoje (7), em reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), adiar a retomada da votação da reforma política para hoje (8).
"Amanhã, devemos nos debruçar apenas na votação da reforma política", informou o líder do PR, Luciano Castro (RR)na tarde de ontem, terça, dia 7. Segundo ele, o primeiro item da pauta será o requerimento de preferência para primeiro apreciar o dispositivo que trata da fidelidade partidária.
Castro disse que, se o requerimento for rejeitado, os deputados começarão a votar dispositivos da Emenda Aglutinativa Global 12, que institui o financiamento público para as campanhas majoritárias (presidente da República, governadores, senadores e prefeitos), o financiamento privado para as eleições proporcionais (deputados federais, estaduais e distritais e vereadores), o fim das coligações proporcionais com a criação das federações partidárias.
"O cerne dessa pretensa reforma eleitoral caiu quando o plenário não aprovou o voto em lista fechada pré-ordenada e a lista flex", disse o líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP). Para ele, a partir dessa votação, todas as demais tentativas que se fizerem não vão resolver o problema da reforma política, "não vão melhorar as condições da legislação eleitoral, e podem até criar um certo tumulto, misturando financiamento público com financiamento privado".
Na opinião de Pannunzio, o Congresso Nacional precisa enfrentar a reforma política "com coragem e com profundidade", votando propostas de emenda constitucional que alteram as regras atuais do sistema eleitoral. Segundo ele, se a Câmara aprovar o projeto de reforma política como ele está, a matéria vai ficar "capenga". "Tentam recuperar algumas coisas da reforma política por via torta", afirmou.
O líder do PT, deputado Luiz Sérgio (RJ), disse que seu partido vai continuar insistinto na aprovação da reforma política com o financiamento público para as eleições majoritárias. "Nós, do PT, vamos lutar para que parte da reforma possa ser salva ainda. A parte que vamos defender é a que estabelece o financiamento para as eleições majoritárias".
Segundo ele, o financiamento privado está "distorcendo a democracia". "Os financiamentos privados, muitas vezes, têm reflexos em muitas das crises que temos evidenciado na política brasileira, nos últimos anos". Luiz Sérgio admitiu que a reforma política é uma matéria muito
polêmica. A reforma não se resume à lista fechada, ressaltou o deputado. "Há muitos outros pontos que podem ser aprovados".
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