A Nokia anunciou que 46 milhões de baterias usadas em seus celulares correm risco de superaquecer, e que as substituiria gratuitamente. "Em casos muito raros, as baterias marca Nokia BL-5C poderiam ter superaquecimento iniciado por um curto-circuito durante o carregamento," afirmou a empresa em comunicado distribuído nesta terça-feira. No site da Nokia, no endereço www.nokia.com/batteryreplacement/en/ (em inglês) é possível ver os modelos afetados pelo problema. A página ´permite que o usuário tecle os 26 caracteres que compõem o registro da bateria e verifica se ela integra o lote com problemas. A "BL-5C" é a bateria mais usada da Nokia, e aciona, entre outros modelos, os celulares de baixo preço da série 1100 e os modelos multimídia N70 e N91. Diversos fornecedores produziram mais de 300 milhões de unidades deste modelo para a Nokia.
A Nokia informou que cerca de 100 incidentes como este foram reportados em todo o mundo, mas ponderou que não havia informações de ferimentos ou danos materiais. O grupo informou também que estava trabalhando em colaboração com a Matsushita Electric Industrial, que produziu as baterias em questão entre dezembro de 2005 e novembro de 2006, para investigar o problema. A Nokia anunciou que a substituição de milhões de baterias teria algum impacto financeiro, mas que a Matsushita arcaria com parte dos custos.
O analista Richard Windsor, da Nomura, estimou que o custo para a Nokia atingiria um máximo de 100 milhões de euros (US$ 137 milhões). "Historicamente, quando surgem problemas dessa natureza, cabe ao fornecedor pagar", ele afirmou.
O grupo de pesquisa Gartner disse que uma bateria do tipo custa cerca de quatro dólares. O Jyske Bank rebaixou sua recomendação sobre as ações da Nokia, e afirmou que um terço dos usuários de celulares Nokia teria de verificar as baterias.
"Acredito que isso vai prejudicar muito a marca Nokia, e ela é o mais precioso dos ativos da empresa", disse Soren Linde Nielsen, analista do Jyske.
A marca da Nokia foi avaliada em US$ 33,7 bilhões, de acordo com a Interbrand, o que a torna a quinta mais valiosa do mundo, atrás de Coca-Cola, Microsoft, IBM e GE. A companhia negocia com a fabricante das baterias,a Matsushita, sobre quem arcará com o custo das trocas.
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