Angelina Jolie, desta vez num papel que não é nem de “bad girl” nem de personagem de videogame, é uma suposta “perfeitinha” que de repente se dá conta de que a vida não se resume aos prazeres superficiais de um emprego fantástico de jornalista de TV e um namorado bonitão.
Profundamente metafísico pelos padrões atuais de Hollywood, o filme deve emocionar um certo segmento de mulheres jovens, profissionais de sucesso e que se sentem divididas entre o trabalho e a vida amorosa.
Reescrito por Dana Stevens, responsável pelo igualmente celestial/filosófico Cidade dos Anjos, a partir de um original de John Scott She-pherd (Super Pai), o filme procura tratar de questões como o destino, a felicidade, as influências de outro mundo e o penteado perfeito. Mas reduz uma mudança profunda na vida de uma mulher a um estratagema dramático.
Lanie Kerrigan (Angelina Jolie, loira) não esconde de ninguém que sua vida é perfeita: é repórter-estrela de um canal de TV de Seattle, namora um esportista famoso, usa roupas fabulosas e tem um apartamento chiquérrimo. Narcisista que planeja meticulosamente cada detalhe de sua vida, Lanie fica irritadíssima quando um suposto “sábio de rua” conhecido como Prophet Jack (Tony Shalhoub) prevê que ela vai morrer na próxima quinta-feira.
Mas a irritação vira receio quando duas outras previsões que Jack fez no mesmo dia se realizam. Quando ela o pressiona para fazer mais uma previsão - qualquer coisa que possa mostrar que ele às vezes erra -, a clarividência do profeta se confirma mais uma vez. Com isso, Lanie se convence de que só lhe restam cinco dias.
Diante disso, ela de repente abandona seu lado superficial e tenta se reaproximar de seu pai, um homem da classe trabalhadora, e de sua invejosa irmã mais velha.
Mas, o que é mais importante, com a ajuda do cinegrafista Pete (Edward Burns), com quem trabalha, ela se solta e entra em contato outra vez com seu lado de garota normal, redes-cobrindo a capacidade de rir das pequenas coisas.
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