Representantes da base aliada do governo aprovaram a resolução do 3º Congresso do PT, realizado neste final de semana em São Paulo. Pelo documento, o PT admite negociar uma candidatura de coalizão para as eleições presidenciais de 2010.
Em declaração registrada pelo jornal O Estado de S.Paulo, o vice-líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), afirmou: "é uma demonstração de maturidade do PT a sinalização de que pode abrir mão da cabeça-de-chapa". Cunha ressaltou à publicação que seu partido almeja encabeçar a chapa "uma vez que é o maior partido aliado".
Em nome do PR, o deputado Luciano Castro (RO) sugeriu ao Estado os nomes de governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, e do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Segundo ele, por formar a base, devem ter a chance de poder também governar: "nós só ajudamos o atual governo para também poder ter oportunidade de governar no futuro".
Frente de Esquerda
O ex-presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP) elogiou a iniciativa petista com um grau de ironia: "o PT anunciar que abre mão de alguma coisa já é uma grande notícia". Ele participou ontem, em São Paulo, de lançamento de uma frente de esquerda com o PDT, PSB, PRB, PHS e PMN. A aliança funcionaria para as eleições do próximo ano e serviria para balão de ensaio para as de 2010.
Um dos objetivos da mobilização é "levar o governo para os compromissos que ele assumiu na campanha eleitoral", segundo o líder do bloco na Câmara dos Deputados, Paulo Pereira da Silva. "O bloco tem também por obrigação tentar puxar o governo para os interesses da população, para o interesse dos trabalhadores, do setor produtivo", disse.
Ciro Gomes
O ex-ministro Ciro Gomes (PSB-CE), que participou do lançamento da frente, afirmou, conforme registro da Folha de S.Paulo, que estaria certo do lançamento de um candidato do próprio PT em 2010. "Não me surpreende", disse. Ciro foi recebido pelo público presente como presidenciável.
Ele, entretanto, de acordo com a publicação, afirmou que prefere não adiantar o debate. Ele negou que esteja em campanha, mas cogitou a hipótese de uma aliança no segundo turno com a futura chapa petista. Comentou ao jornal: "se não se estilhaçarem as relações, se os interesses nacionais presidirem o embate, e não ambições particulares miúdas, ele (Lula) sabe que podemos nos encontrar no segundo turno".
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