A pequena fabricante nacional de celulares Venko, surgida em 2005, voltou à carga nesta quarta-feira com o lançamento de três modelos e o início das vendas no Estado de São Paulo. A empresa quer "incomodar" as gigantes internacionais que estão presentes no país e avalia a possibilidade de abrir seu capital, depois de ter amargado passado 2006 praticamente sem vender aparelhos.
"Agora a gente aprendeu a desenvolver produto. Toda a tecnologia está na nossa mão", disse o gestor da companhia David Ostrowiak, em entrevista por telefone. Segundo ele, a Venko vendeu aparelhos apenas em Belém em 2006, quando sofreu atrasos no desenvolvimento dos novos produtos.
O mercado brasileiro, assim como o internacional, vem passando por uma diminuição no número de fabricantes de celulares diante da força competitiva da escala desfrutada pelas grandes empresas como Nokia, Samsung, Motorola e LG Electronics. Além disso, o mercado também vem observando um aumento na competição dos fabricantes de chips, que está ajudando a derrubar os custos dos celulares.
"Os grandes fabricantes (de celulares) fazem um trabalho muito bom, mas eu acho que conseguindo fazer coisas diferenciadas, com design interessante e preço competitivo, você começa a ganhar espaço", disse Ostrowiak.
A Venko estima faturamento de US$ 40 milhões em 2007. Para o próximo ano, o cenário é dos mais otimistas: "Ano que vem o céu é o limite", afirmou o executivo, acrescentando que a intenção será "incomodar as grandes".
A companhia começará a vender a nova linha de celulares em São Paulo sem estar associada a uma operadora. Os aparelhos serão distribuídos pelas redes de supermercados Extra e Carrefour, disse Ostrowiak. No Norte e Nordeste, a companhia atua no varejo junto com operadoras.
Ainda nos planos da companhia, que mudou a produção do Rio Grande do Sul para Jaguariúna (interior de São Paulo e onde está instalada a Motorola), está a oferta de ações em bolsa. "Estamos planejando uma abertura de capital, mas agora não é o momento. A idéia é nos estruturarmos bem", afirmou o executivo, acrescentando que há diálogos da companhia com empresas estrangeiras de investimento. Ele preferiu não dar mais detalhes sobre o assunto.
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