Protestos contra guerra no Iraque se propagam pelo mundo

 

Politica - 31/03/2003 - 00:35:35

 

Protestos contra guerra no Iraque se propagam pelo mundo

 

Da Redação com CNN

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Gritando palavras de ordem como "América imperialista, terrorista número 1", dezenas de milhares de manifestantes realizaram neste domingo uma gigantesca passeata em Jacarta, a capital da Indonésia, onde se dirigiram para a embaixada norte-americana na cidade, no que foi uma das maiores manifestações já vistas no país contra a guerra no Iraque. Protestos similares ocorreram em várias capitais asiáticas, na Europa, África, Oriente Médio e América Latina, atraindo milhões de manifestantes. Em Jacarta, testemunhas citadas pela agência de notícias Associated Press disseram que cerca de 100 mil pessoas participaram dos protestos, em sua maioria vestindo tradicionais túnicas muçulmanas. Na cidade paquistanesa de Multan, mais de 1.000 manifestantes participaram de um protesto em que bandeiras dos EUA e efígies do presidente George W. Bush foram queimadas. Já em Peshawar, a Polícia mobilizou um grande contingente para impedir atos de violência, em um protesto similar. Em Seul, a capital sul-coreana, entre 30 mil e 50 mil manifestantes protestaram contra planos de seu governo de dar apoio à guerra liderada pelos Estados Unidos, com o possível envio de tropas não-combatentes para a região do Golfo Pérsico. "Não à guerra, nós nos opomos ao envio de tropas", diziam cartazes exibidos pelos manifestantes. Choques no Marrocos No Marrocos, cerca de 150 mil pessoas, gritando "ataques suicidas levam à liberdade", caminharam pelas ruas de Rabat neste domingo – numa referência a um atentado cometido por um oficial do Exército iraquiano, que causou a morte de quatro soldados norte-americanos no Iraque, no sábado. Na primeira grande passeata aprovada pelas autoridades marroquinas desde o início do conflito, os manifestantes acusaram os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e Israel de querer controlar o Iraque antes de atacar outros países muçulmanos do Oriente Médio. Choques entre a Polícia e os manifestantes deixaram um policial gravemente ferido. Na cidade indiana de Calcutá, cerca de150 mil pessoas participaram do maior protesto do país contra a campanha militar, queimando efígies de Bush. Na Espanha, milhares de manifestantes caminharam sob forte chuva até a base aérea de Torrejon -- localizada a cerca de 20 quilômetros de Madrid e que é usada pelos Estados Unidos -- para protestar contra o apoio do chefe de governo José María Aznar à guerra. Cerca de 5.000 greco-cipriotas bloquearam a entrada da base aérea britânica em Akrotiri, no Chipre, provocando um certo tumulto com os guardas das instalações. Estrangeiros prostestam na China Em Pequim, ativistas estrangeiros repetiram palavras de ordem quando passaram em frente à embaixada dos Estados Unidos, mas uma forte presença policial dispersou rapidamente os manifestantes chineses. A Polícia ordenou que cerca de 100 estudantes chineses entregassem as bandeiras que carregavam. Em torno de 10 adolescentes chineses foram levados pela Polícia após erguerem cartazes com os dizeres "Procurado: George W. Bush". As tentativas chinesas de protestar refletem o descontentamento do público com a guerra, à qual o governo também se opõe. Mas conceder autorização apenas para protestos de estrangeiros, segundo analistas políticos, mostraria a preocupação de Pequim em manter boas relações com Washington. Os ativistas estrangeiros que percorreram as ruas da capital chinesa incluíam norte-americanos, britânicos e franceses, e levavam cartazes dizendo: "Bush e Blair são criminosos de guerra". No Japão, mais de 2.000 pessoas formaram as palavras "Não à guerra", em Osaka, e depois saíram em passeata até o consulado norte-americano. Já no Egito, cerca de 15 mil estudantes queimaram bandeiras norte-americanas e britânicas na cidade de Alexandria e defenderam uma "guerra santa" para ajudar os iraquianos. Outras 15 mil pessoas -- na maioria membros do partido governista Nacional Democrático -- realizaram um comício em Mansoura. Na América Latina, destacaram-se protestos realizados no Brasil, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, e nos Estados Unidos, onde além ocorreram não apenas protestos, mas também manifestações de apoio à intervenção das forças norte-americanas no Iraque. Essas passeatas aconteceram depois de um dia de protestos em outras partes do mundo, como na Europa, onde grandes manifestações foram realizadas, na tarde de sábado, na França e na Alemanha. (Com informações da Associated Press e da Reuters)

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