A oposição no Senado conseguiu obstruir, nesta quarta-feira, os trabalhos do Plenário da Casa pelo segundo dia seguido. A atitude da oposição é uma represália a não colocação na pauta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com o voto secreto em todas as deliberações feitas no Congresso Nacional.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou que a obstrução seja contra ele e afirmou que as votações pararam por conta da pauta.
"Não há obstrução contra ninguém. Há uma obstrução em função de uma pauta, que tem que ser negociada pelos líderes, não cabe ao presidente do Senado. Ao presidente do Senado cabe presidir e é isso que eu tenho feito com a autoridade que o cargo requer", disse Calheiros.
Com a recomendação do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e do Democratas, José Agripino Maia (RN), de obstrução, o painel registrou a presença de apenas 37 senadores, quando o mínimo necessário para votação é de 41. Na terça-feira, já em obstrução, apenas 38 parlamentares registraram presença.
Líderes oposicionistas querem ainda que o Plenário vote matérias que exigem o afastamento de membros da mesa diretora em caso de investigação no Conselho de Ética e outra que acaba com sessões secretas.
"Faço um apelo à racionalidade. Temos que ter uma pauta de comum acordo entre os líderes", disse Agripino. Junto com Tasso Jereissati (PSDB-CE), ele reclamou também da decisão dos líderes da base de não colocar em pauta a votação do voto secreto.
Mais cedo, quando a PEC do voto aberto foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o acordo foi que estas matérias entrassem na pauta do Plenário ainda nesta quarta-feira.
A obstrução aconteceu quando os senadores votavam a indicação de Luiz Antonio Pagot para o Departamento de Infra-Estrutura em Transporte (Dnit).
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