O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chegou hoje a Manaus reclamando da demora nos planos de integração dos países. Ao chegar ao Hotel Tropicana, onde se reúne com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Chávez disse que o seu país "não vai rastejar para entrar no Mercosul", mas que o assunto será discutido com o colega brasileiro.
Segundo o venezuelano, a aprovação do Congresso brasileiro quanto ao ingresso da Venezuela e do Paraguai como membros plenos do bloco econômico sofre pressão contrária "do império", numa menção indireta aos Estados Unidos. Segundo ele, o "império" quer impedir a união latino-americana.
Banco do Sul
Chávez disse que sente "pena" e "vergonha" pelas demoras na concretização de projetos e reclamou da demora da suposta rejeição brasileira contra o Banco do Sul. "Este é outro tema atrasado. Não dá mais para esperar", disse. Ele afirmou que, se for necessário, o banco começará a funcionar sem o Brasil.
"Falamos com Néstor Kirchner, com (o presidente equatoriano Rafael) Correa e com (o presidente boliviano) Evo Morales. Estamos prontos para começar em novembro. Tomara que conte também com Brasil, Paraguai e todos os países da América do Sul", disse Chávez.
Gasoduto
Sobre o Gasoduto do Sul - um projeto para levar gás venezuelano até a Argentina passando por território brasileiro -, Chávez disse que não entende a resistência do Brasil. A Petrobras pede que a Venezuela certifique suas reservas de gás para somar-se ao projeto. Segundo ele, as reservas de seu país "têm potencial de sobra".
O gasoduto teria cerca de 8 mil quilômetros de extensão e custaria 20 milhões de dólares.
Atraso
O encontro de Chávez e Lula era para ter começado às 15h (14h no horário local), mas os presidente chegaram ao hotel às 16h e a reunião se iniciou por volta das 16h20.
A agenda de Lula em Manaus inclui ainda encontro com o presidente do Equador, Rafael Correa, à noite.
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