Os funcionários dos Correios decidiram acabar com a greve na noite desta sexta-feira. A decisão foi tomada em reunião de acordo entre a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) e Empresa de Correios e Telégrafos, no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília. A paralisação havia começado dia 13.
Os funcionários voltarão a trabalhar neste sábado e, segundo o TST, eles se comprometeram a colocar em dia as correspondências e encomendas que ficaram atrasadas no prazo máximo de uma semana.
De acordo com a Fentect, 20 dos 33 sindicatos aprovaram a proposta. O quórum mínimo para aceitar a proposta de reajuste salarial era de 18 sindicatos.
Para o representante da Fentect, Manuel Cantuara, as negociações nas assembléias estaduais foram "apertadas" e os funcionários não saem do processo totalmente satisfeitos. A proposta acordada prevê reajuste salarial de 3,74%, mais R$ 500 de abono, R$ 60 a partir de janeiro de 2008, aumento do vale-refeição para R$ 17. Atualmente, um servidor da ECT em início de carreira ganha R$ 524 mensais, afirmou.
O ministro Moura França, do TST, considerou a negociação "exaustiva, porém madura". "Numa negociação, o que deve prevalecer é a boa-fé, além dos interesses respectivos das categorias profissionais e econômicos, porque os dirigentes sindicais não são donos do sindicato e nem os dirigentes das empresas são donos das empresas", disse.
Pouco antes do término da reunião no TST, sindicatos estaduais realizaram assembléias. Em São Paulo, a polícia prendeu duas pessoas, mas o diretor do Sindicato dos Funcionários dos Correios em São Paulo, Carlos Fernandes Paulino, negou que tenha havido confusão e que os suspeitos sejam sindicalistas. Segundo ele, os dois são militantes de um partido político e estavam com faixas, provocando tumulto. "Então os policiais foram revistá-los e perceberam que eles estavam armados", disse.
Na última quarta-feira, um desentendimento de duas frentes políticas acabou em confusão durante a assembléia dos funcionários em São Paulo, quando eles iriam decidir se mantinham ou não a greve.
|