O Senado derrubou no Plenário, na noite desta quarta-feira, a medida provisória que criou a Secretaria de Planejamento a Longo Prazo da Presidência da República, que estava sendo comandada pelo professor Mangabeira Unger. O resultado de 22 votos contra 46 - pela derrubada - é uma grande derrota do governo federal. Além de destituir Mangabeira, que tinha status de ministro, e extinguir a secretaria, a derrubada da MP acaba ainda com cerca de 600 cargos comissionados.
Para derrubar a MP, a oposição contou com o apoio do PMDB, da base aliada. O relatório foi do senador Valter Pereira (PMDB-MS). Para recriar a secretaria e os cargos, o governo pode enviar uma nova Medida Provisória, porém com o texto diferente.
Os peemedebistas reclamam da falta de liberação de verba e da demora para a indicação de cargos no Executivo. Além disso, a maior parte dos membros do partido acha que o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), está tomando atitudes em nome da bancada sem consultar os seus integrantes.
A oposição comemorou o resultado. "Essa MP é tão ridícula e inexplicável quem nem merece comentário e nem discussão", afirmou o vice-líder do PSDB, Álvaro Dias (PR). "Finalmente apareceu alguém com bom senso na base do governo", disse o líder do Democratas, José Agripino Maia (RN).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu posse a Mangabeira Unger em 19 de junho. A Secretaria de Planejamento a Longo Prazo da Presidência da República era responsável pelo planejamento nacional; discussão de opções estratégicas do País; articulação com governo e sociedade para formular estratégias de desenvolvimento e elaborar subsídios para preparação de ações de governo.
O governo só analisará a conseqüência da rejeição da Medida Provisória de criar o novo ministério a partir de quinta-feira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia saído do Planalto quando o Senado rejeitou a MP.
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