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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na tarde dessa segunda-feira que é "insensato" falar em terceiro mandato agora. Segundo ele, esse tipo de debate só interessa à oposição e não colabora com o bom momento vivido pelo País. Questionado sobre o Hugo Chávez, que ganhou do Congresso venezuelano a chance de se reeleger indefinidamente, Lula evitou criticar o colega.
"Eu acho que o Chávez está fazendo aquilo que entende que deve fazer na Venezuela. Eu penso que cada um tem que tomar conta daquilo que é seu. Cada um tem que dar palpite nas coisas que são suas. Tem gente que acha assim (haver reeleição infinita)", disse Lula.
"É engraçado porque eu vi Margareth Tatcher ser tantas vezes eleita primeira-ministra, já vi o Helmut Kohl ficar tanto tempo. E nunca vi ninguém perguntar se vários mandatos sucessivos eram ruins", argumentou o presidente, evitando críticas ao colega.
O presidente aproveitou a pergunta e emendou suas críticas às propostas que circulam no Congresso Nacional que permitiriam que ele se reelegesse pela terceira vez. "Eu só posso falar pelo Brasil. Já disse isso duas vezes e vou repetir. O Brasil não pode brincar com uma coisa chamada democracia. Nós demoramos muito e muita gente sofreu para que a gente consolidasse a nossa democracia e ela está se fortalecendo", disse.
"Eu era contra a reeleição de um mandato, porque seria a favor da reeleição de um outro mandato?", questionou. "Acho que é insensato qualquer pessoa ficar discutindo aumentar a possibilidade do terceiro mandato", comentou o presidente.
O presidente quer ainda que o PT se posicione sobre o assunto rapidamente. "Acho que o PT tem que tomar uma decisão com relação à proposta que está sendo levantada dentro do Congresso Nacional. Eu hoje pretendo conversar com o presidente Ricardo Berzoini (presidente do PT) e já conversei com o presidente Arlindo Chinaglia (da Câmara dos Deputados), porque não faz sentido. Só interessa discutir eleições agora à oposição", afirmou Lula.
"O governo está com menos de um ano do seu segundo mandato. Nós aprovamos todas as coisas que deviam ser aprovadas. O Brasil está funcionando bem, a economia está funcionando bem. Ou seja, porque deveríamos arrumar sarna para nos coçar discutindo eleição? Fora isso eu diria que é insensatez pura. É falta de sensibilidade política", concluiu.
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