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O forte esquema de segurança montado para a visita do presidente Lula no complexo do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, no Rio, não inibiu os traficantes. Durante a visita do governante do País e demais autoridades ao morro, os traficantes não incomodaram as equipes de seguranças. Mas diálogos travados pelos bandidos em rádios transmissores - gravados por O Dia - mostram que os bandidos estavam ansiosos pelo fim da cerimônia, para que as bocas-de-fumo pudessem voltar a funcionar. Às 11h36, quando Lula ainda estava na comunidade, as conversas aumentaram.
Por volta de 13h30, quando o presidente já havia deixado o morro, os traficantes davam sinais de que os pontos de venda de drogas já estavam funcionando normalmente. Sabendo que ainda estavam sendo vigiados a distância, os bandidos chegaram a insultar a policiais de plantão na área.
"Eu vou acabar com essa febre (festa) aí toda rapá", traficante diz ao comparsa, segundo transcrição do Dia. "Bota a cara aí seu f.d.p, otário. Tá incubado aí, né? Bota a cara para tomar (tiros). Vai tomar na cara", provoca um dos criminosos.
O esquema de segurança tinha, além dos agentes federais, 80 PMs e outros 50 homens do Exército. À paisana, eles se infiltraram entre os moradores e assistiram à solenidade no espaço destinado para a comunidade. Policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) também estavam no morro.
PMs ocuparam todas as vielas que davam acesso à Rua Saint Roman e à Estrada do Cantagalo, por onde passaram os carros das comitivas oficiais do presidente e do governador Sérgio Cabral. Moradores do complexo tiveram que usar pulseiras amarelas como identificação para poder entrar.
O morro do Cantagalo e o vizinho Pavão-Pavãozinho são controlados pelos traficantes Rogério Duarte Corrêa, o Bola, e Paulo Henrique Correia, o Juca Bala, ambos ligados à facção criminosa Comando Vermelho (CV). Segundo a polícia, Juca Bala é um bandido frio e cruel. Em abril, policiais encontraram na favela réplica de uma espada medieval.
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