O contingenciamento das verbas para o reaparelhamento do Exército deixou a Força em uma delicada situação. Falta artilharia antiaérea. A maior parte das peças de artilharia é da época da Segunda Guerra. Dos 1.437 blindados, 78% têm mais de 30 anos de idade. Os fuzis somam 42 anos de uso, enquanto 58% das 6.676 viaturas têm mais de 20 anos. Segundo o Exército, é preciso renovar 4% do inventário militar por ano. O índice não tem sido atendido.
"O Exército está muito aquém da estatura político-estratégica do Brasil", alerta o comandante da Força, general Enzo Martins Peri.
Segundo o oficial, as prioridades são a aquisição de blindados, o desenvolvimento de projetos de ciência e tecnologia, a compra de viaturas operacionais e a implantação de brigadas e sistemas de defesa antiaéreo. Também está na lista a obtenção de equipamentos para hospitais de campanha, armamento e munições, equipamentos de comunicações, embarcações, pontes flutuantes, mísseis anticarro e materiais para os batalhões de construção e engenharia.
O Exército também mantém projetos em parceria com a indústria nacional. Adquiriu lotes-pilotos para analisar viaturas leves e médias das empresas Agrale, Volkswagen Caminhões e Troller. Há quatro programas para o desenvolvimento de protótipos de radar de vigilância antiaérea, equipamento de visão noturna termal, míssil anticarro e viatura blindada média sobre rodas de transporte de pessoal. Este, em parceria com Fiat/Iveco, deve ser o suplente do Urutu.
O Fuzil Automático Leve (FAL) calibre 7,62mm também será substituído progressivamente pelo Imbel MD97L, fuzil nacional leve de assalto calibre 5,56mm. O Exército já adquiriu e distribuiu à Brigada de Operações Especiais o Fz 5,56mm, que é a versão mais curta do mesmo modelo.
"Uma indústria de defesa normalmente puxa demais segmentos do parque industrial do país", ressaltou o comandante do Exército naquela ocasião. "Ela desenvolve produtos para inicialmente serem aplicados na área de defesa, mas que são estendidos para todas as utilidades."
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