O Programa de Saúde da Família (PSF), implementado pela Prefeitura de São Bernardo em 2000, reduziu a taxa de mortalidade infantil na área de atuação das equipes de saúde, que caiu de 26,89 para cada 1.000 nascidos vivos em 2000, para 17,17 em 2002.
A queda da taxa de mortalidade é reflexo de várias ações de saúde. O atendimento de pré-natal passou de 59,94% para 83,93%; o número de gestantes vacinadas aumentou de 76,28% para 93%; a prática do aleitamento materno em 2000, que era de apenas 73,15%, subiu para 80% em 2002; e o número de crianças menores de um ano de idade vacinadas passou de 90,66% para 98,18.
De acordo com a representante dos programas de Saúde da Família e de Agentes Comunitários da Direção Regional da Saúde II (DIR II-Santo André), Ângela Maria Mozena, a coleta de dados é muito importante para avaliar os programas e definir diretrizes. “Nas reuniões com coordenadores da região, destacamos a necessidade de armazenar os dados. São Bernardo está puxando esse trabalho com a organização de um banco de dados fidedigno”.
O objetivo principal do programa é a prevenção de doenças e a promoção da saúde. “O contato com a família em sua própria casa possibilita conhecer hábitos e interagir com as pessoas, estabelecendo um vínculo de confiança e aceitação”, afirma a coordenadora municipal dos Programas de Saúde da Família e de Agentes Comunitários, Maria de Fátima Sanchez Videira.
O Programa Saúde da Família de São Bernardo possui 16 equipes do PSF - a maior da região do ABC - e atende cerca de 62 mil pessoas em três bairros da cidade: Vila São Pedro, Jardim das Orquídeas e o Bairro Santa Cruz. As equipes de trabalho são constituídas por médico, enfermeiro, dois auxiliares de enfermagem e cinco agentes comunitários, que atendem sempre as mesmas famílias.
O programa foi implementado em bolsões de pobreza com problemas socioeconômicos. “Com a evolução dos indicadores de saúde, percebemos a importância da atuação direta dos profissionais nas comunidades, refletindo na melhoria da qualidade de vida e na construção da cidadania”, afirma a coordenadora municipal.
A moradora da Vila São Pedro Maria Jasmira Soares dos Santos e o morador do Bairro Santa Cruz, Agemiro Joaquim da Silva, são dois exemplos. “Antes não conseguia controlar a diabetes. Agora sou bem cuidada e todos são atenciosos comigo. Além da preocupação com a medicação, a equipe faz visitas não programadas para checar se estou fazendo a dieta corretamente”, diz Maria Jasmira. Agemiro é hipertenso. “Prefiro esse programa do que a forma tradicional. Devido a cadeira de rodas, tenho dificuldade de locomoção. Recebo a visita do agente comunitário, da auxiliar, da enfermeira e do médico”.
Treinamento - As equipes do PSF participam de treinamentos referentes dos vários da Secretaria Municipal de Saúde. Aleitamento Materno, Saúde da Criança e Adolescente, doenças infecto-contagiosas, humanização no atendimento e análise das informações armazenadas no Banco de Dados são alguns dos temas dos cursos de capacitação.
O primeiro treinamento desse ano foi voltado para a sensibilização e a integração dos profissionais de saúde do PSF. O próximo passo será treinar cada equipe separadamente. “São momentos para trocar experiências, mas principalmente para colocar angústias e conquistas”, disse a coordenadora do Grupo de Estudo e Promoção de Educação Continuada (GEPEC), Regina Domingues.
Nos dias 23 e 24 de abril, os 309 agentes comunitários da saúde estarão participando de um segundo treinamento.
O curso de capacitação tratará de Hanseníase.
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