Para combater os efeitos da crise econômica na cidade, a prefeitura de São Bernardo do Campo, por meio da Secretaria de Finanças, anunciou as medidas que serão tomadas pelo município no combate à crise. A primeira medida já foi colocada em prática no primeiro dia de governo da atual administração, com o contingenciamento de 10% do orçamento da prefeitura. A ação combateu de imediato a queda de 9,85% na arrecadação municipal em janeiro deste ano.
Outra estratégia foi renegociar os vários contratos que a prefeitura possui, que variam desde fornecimento até compra de equipamentos, entre outros. A idéia é negociar a diminuição de cerca de 20% em cada contrato, um "desconto" diante do cenário atual da economia, um corte de custos considerado importante pela administração. "Recomendamos às secretarias que renegociem os contratos, já que quando a economia estava bombando, a tendência era que os preços subissem. Revê-los é uma medida preventiva, que tem se mostrado possível de fazer. Assim como um imóvel retrai seu preço, também é o caso de serviços prestados para a prefeitura", afirmou o secretário de Finanças do município. "Não há ameaça e nem constrangimento, apenas fazemos uma proposta de redução dos contratos".
Por determinação do prefeito, foi criado um grupo intersecretarial para a discussão e negociação desses contratos. A Secretaria de Finanças fica como responsável de coordenar o grupo. "Estamos fazendo também o que se imagina de uma Secretaria de Finanças, que é melhorar a arrecadação, a fiscalização e discutir sobre a qualidade dos tributos cobrados pela Prefeitura", afirmou o secretário, apontando a terceira medida adotada. A retomada de obras pela cidade que estavam paralisadas e a inserção da cidade no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), com verba de cerca de R$ 140 milhões para São Bernardo, completam o "caderno de medidas" da secretaria. Parcerias com o governo do Estado e o setor privado também podem dar continuidade aos investimentos.
Segundo o secretário, a postura adotada pela prefeitura passa por não fazer "terrorismo" e nem "oba-oba" com a população diante da crise. "Não precisamos de fogos de artifício. O que é realmente necessário fazer nós estamos fazendo, que é garantir os investimentos por um lado e restringir os gastos no que for possível", garantiu. Na avaliação do secretário, as prefeituras têm relativamente pouco a fazer diante da crise. "Os governos federal e estadual, em conjunto, tem o maior poder de ação para frear os reflexos da atual situação econômica", garantiu.
Apesar das medidas tomadas pela Secretaria de Finanças, o secretário garante que os reflexos da crise na economia da cidade não serão catastróficos. Para ele, a retração na arrecadação é algo importante e que deve ser levado a sério, mas não é nada desastroso. "Acredito que o pior está passando. Atualmente é necessária uma observação bastante atenta dos números, mas por volta de junho ou julho a crise já esteja em processo de superação", garantiu.