A população do Grande Alvarenga se reuniu no dia 8 de março, às 10h, organizados pelos líderes comunitários do bairro, para discutir sobre a construção de duas unidades da Fundação Casa, ex-Febem (Fundação do Bem-Estar do Menor) pelo governo do Estado.
Todos os participantes se colocaram contra a construção das unidades e indignados com a falta de diálogo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, com a comunidade. De acordo com reportagens do Diário do Grande ABC, @HORA e outros regionais, o prefeito concordou com o local escolhido pela Fundação Casa sem questionamentos.
As lideranças de bairros planejaram a mobilização com o objetivo de forçar a discussão sobre o tema, já que no local havia a intenção da comunidade de pleitear uma área de lazer. Crianças e adultos já utilizam o local como área de lazer com a adaptação de um campo de futebol. O presidente da Sociedade Amigos de Bairro do Jardim Senhor do Bonfim, Luis de Deus, ficou sabendo da construção das unidades pelo jornal. “Sou contra a construção das unidades, devido a falta de consulta pública, desrespeitando o Plano Diretor da cidade. Além disso, a Febem traz impacto para a vizinhança, desvaloriza os imóveis e causa insegurança”.
O representante do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê e morador do bairro há 33 anos, Raimundo Barbosa de Souza, é contra a instalação das unidades da Fundação Casa, porque o local escolhido está localizado em área de 1ª categoria de proteção de mananciais e de grande adensamento populacional. “Será mais esgoto jogado na represa. Em Santo André, o assunto foi discutido até o extremo e queremos que o prefeito de São Bernardo faça o mesmo e apresente outro local, porque além de ser área de manancial é um espaço de lazer”, afirmou.
O deputado estadual Orlando Morando, que também é contra a instalação das unidades da Fundação Casa no Alvarenga, foi representado pelo ex-vereador Laurentino Hilário. “Estou representando o deputado estadual para trazer boas notícias. Orlando Morando já marcou uma audiência com a presidente da Fundação Casa, na 5ª feira (dia 12 de março) para discutir o assunto e apresentar novas alternativas”, disse. A reunião contará também com a presença de uma comissão formada por líderes comunitários e população.
O movimento contou com o apoio de vereadores Ary de Oliveira (PSB), Admir Ferro (PSDB) e Ivanildo Santana (PSB), que se mostraram indignados com a atitude do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho. “O PT sempre pregou a realização de audiências públicas antes de tomarem qualquer decisão e a importância da participação popular. Com essa atitude, o discurso é pura demagogia”, afirmou o vereador Ary de Oliveira (PSB). “O PT deveria ser contra a instalação das unidades e vir a público dizer que precisa trazer o hospital público e o parque que prometeram em campanha. Aqui serão construídos dois prédios, porque Santo André não aceitou nenhuma unidade lá”, completou o vereador Admir Ferro (PSDB).
Ao final do encontro ficou combinado a participação de toda a população na sessão da Câmara Municipal de São Bernardo, quarta-feira, dia 11 de março. “Apenas por meio da pressão vamos conseguir que o prefeito receba uma comissão formada por representantes da população”, finalizou Luiz de Deus.
Protesto
Moradores da região do Grande Alvarenga, conforme acertado na reunião, estiveram presentes na Câmara Municipal na quarta-feira. 11. O grupo, composto por diversos líderes comunitários, protestou contra a instalação de duas unidades da Fundação Casa, a antiga FEBEM, na área.
“Lemos matérias nos jornais que diziam que o prefeito já havia autorizado a construção no Alvarenga. Com isso, nasceu uma insatisfação por não termos sido consultados. Nos organizamos e viemos a Câmara pedir que seja marcada uma discussão com o prefeito”, explicou o líder do movimento, Sr. Luiz de Deus.
De acordo com a assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores de São Bernardo, os vereadores presentes na reunião, Admir Ferro, Ary de Oliveira, Cabrera, Dr. Gilberto França, Pastor Ivanildo Santana, Marcelo Lima, Matias Fiuza, Luizinho, Otávio Manente, Paulo Dias, Tião Mateus, Wagner Lino e Zé Ferreira, concordaram que a questão é difícil e precisa ser debatida com a população. Ao final da conversa, a bancada de situação se comprometeu a agendar uma reunião com o Executivo Municipal.