A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, voltou a negar que se considere pré-candidata à presidência da República e afirmou, em entrevista, que a superexposição à qual vem sendo submetida é uma conseqüência dos resultados de seu trabalho no governo. Mesmo assim, ela admitiu que até o labrador Nêgo, presente do ex-ministro José Dirceu e seu companheiro de caminhadas matinais, tem se sentido estressado pela perseguição dos fotógrafos.
"A minha superexposição estará atrelada ao fato de que atualmente estamos colhendo o que plantamos. São as obras que estão em andamento no governo. (...) Para nós, não interessa fazer campanha eleitoral antes do ano que vem, independentemente de quem seja o candidato", disse ao jornal.
Dilma refutou as denúncias da oposição de que ela está em campanha antecipada à Presidência da República. "Há uma tentativa da oposição de barrar o exercício de governar", afirmou. "Não me sinto pré-candidata porque eu não estou ainda em campanha. O governo não está fazendo campanha."
Questionada sobre as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que ela é a favorita para a sucessão, Dilma disse que não pode se render a "especulações". Para ela, o as afirmações do presidente dizem respeito apenas ao fato de ela ser uma boa gestora. "Eu não posso assumir como sendo do presidente as especulações da imprensa", afirmou.
Preconceito contra a mulher
Em relação às denúncias de supostos grampos atribuídos ao delegado federal Protógenes Queiroz, mentor da Operação Satiagraha, e que teriam levantado informações de sua vida íntima, Dilma disse que houve preconceito.
"Neste caso, é visível um preconceito contra a mulher. Estou desconfiada de que homem não tem vida amorosa. O que me intrigou é o seguinte: eu não tive vida amorosa nesse período do grampo. Então o grampo não tinha base real. Acho que tem um problema sério de preconceito", afirmou.